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O que a marca Rhode nos ensina sobre neurociência do consumo

Você já se perguntou por que tanta gente sente vontade de comprar os produtos da Rhode mesmo sem ver uma propaganda tradicional?

A resposta está na forma como a marca, criada por Hailey Bieber, utiliza elementos da neurociência do consumo para gerar desejo, engajamento e conversão de forma sutil, porém poderosa. Neste artigo, vou te mostrar como a Rhode se tornou um fenômeno entre a Geração Z ao aplicar princípios como espelhamento, gatilho de recompensa e apelo visual.


1. Espelhamento: o desejo de ser como o outro

Um dos gatilhos mentais mais potentes usados pela Rhode é o espelhamento. O cérebro humano tem neurônios-espelho, responsáveis por nos fazer sentir o que o outro sente — e desejar o que o outro tem.

Hailey Bieber raramente fala diretamente sobre seus produtos nos vídeos. Em vez disso, ela aparece aplicando o gloss ou fazendo seu skincare de forma leve e natural, enquanto a câmera capta seu rosto iluminado e sua pele “glazeada”. Isso ativa no cérebro do consumidor o pensamento inconsciente:
“Quero ter a pele dela, então preciso dos produtos dela.”

Esse processo é emocional e automático, e é justamente aí que está a força da marca.


2. Dopamina e antecipação: a recompensa emocional

Outro elemento de neurociência presente na estratégia da Rhode é a ativação do sistema de recompensa do cérebro. Quando o consumidor vê alguém que admira usando um produto e parecendo satisfeito com ele, o cérebro libera dopamina — o neurotransmissor do prazer e da expectativa.

A marca trabalha com drops limitados, edições especiais e lançamentos estratégicos que ativam o gatilho da antecipação e da escassez, aumentando ainda mais a sensação de “preciso garantir o meu antes que acabe”.

Essa combinação de dopamina + escassez gera ação imediata.


3. A força do visual: cérebro é atraído por rostos e brilho

Do ponto de vista neurosensorial, o cérebro humano é naturalmente atraído por rostos humanos e por estímulos visuais com brilho e contraste. O gloss da Rhode — com o famoso efeito “glazed”, não é apenas um produto bonito: ele é um estímulo cerebral cuidadosamente construído para ser desejado.

A cor da embalagem, a textura do produto e os vídeos em ambientes bem iluminados ativam no cérebro a área ligada à atenção visual seletiva. Em um feed cheio de informações, o cérebro escolhe parar onde há rosto, luz e brilho e a Rhode domina esse trio.


4. TikTok e o comportamento da Geração Z

A Rhode também entendeu perfeitamente como a Geração Z consome conteúdo: de forma rápida, visual e emocional. Em vez de criar anúncios clássicos, a marca aposta em vídeos no TikTok que parecem cenas do dia a dia, mas com uma narrativa silenciosa de desejo.

É o marketing invisível: o produto está ali, sendo usado, elogiado ou aparecendo de fundo, e isso já é o suficiente para influenciar uma decisão de compra.


Conclusão: A ciência por trás do desejo

A marca Rhode é um exemplo claro de como o marketing moderno vai muito além de slogans e ofertas. Ele toca na forma como o cérebro humano funciona. Ao utilizar gatilhos emocionais, antecipação, espelhamento e apelo visual, a marca de Hailey Bieber nos mostra que vender bem é, acima de tudo, entender o comportamento humano.

Se você é empreendedor(a), criador(a) de conteúdo ou trabalha com posicionamento de marca, vale observar a Rhode não apenas como uma marca de beleza, mas como um case de neuromarketing aplicado com maestria.


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